A #alimentação é parte fundamental da vida das crianças, desde bebês. É por meio da participação nos momentos de refeição que elas têm a possibilidade de identificar os alimentos, perceber-se na relação com eles e se apropriar dos rituais culturais ligados à linguagem da comida.
A oportunidade de alimentar-se na escola, em um ambiente organizado e com cardápio adequado, possibilita a construção de um senso de familiaridade e pertencimento ao coletivo. Por isso, é importante destinar grande atenção aos momentos de alimentação, preparações culinárias e partilha de alimentos.
Acreditamos que uma alimentação equilibrada, saudável e rica em nutrientes é a base para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Hábitos alimentares estabelecidos na infância são levados para a vida adulta e é de nossa responsabilidade propiciar às crianças uma adequada educação alimentar.
Dar valor à linguagem da comida também significa colocar a cozinha em um lugar visível, mobilizando recursos arquitetônicos que nos ajudem a dar visibilidade aos processos e às pessoas que participam da preparação dos alimentos servidos na escola. Este é o valor da mesa posta e de conhecer o ciclo da comida, dando às crianças a possibilidade de participarem de todos os processos que envolvem a comida.
Para que os momentos de refeição aconteçam com qualidade é importante respeitar um conjunto de critérios:
Os cardápios devem ser elaborados por uma nutricionista, que faz o controle da manipulação, da conservação e da preparação dos alimentos em todo o processo. Valorizamos o cardápio com alimentos variados, coloridos e frescos.
Sempre que possível, os alimentos devem ser preparados na cozinha da escola. Assim, é possível construir um ciclo sustentável, do plantio aos rejeitos, e acolher a cultura alimentar das crianças que são atendidas na escola.
Os locais e utensílios utilizados nos momentos de refeição devem ser cuidadosamente escolhidos: pequenas jarras de vidro, talheres, guardanapos, vasos com flores para decorar! A linguagem da comida também é constituída por uma forte dimensão estética e contamos por meio destes utensílios do valor da alimentação em nossa cultura.
Os espaços devem favorecer o exercício da autonomia por parte das crianças. Mesas e cadeiras confortáveis e de tamanhos adequados acolhem e promovem a participação das crianças. Além disso, é possível que as crianças tenham acesso aos armários onde estão guardados os utensílios, à pias para a higienização das mãos e, inclusive, limpeza do espaço após o momento da refeição.
A forma como os alimentos são apresentados também é uma importante decisão! Quando montamos um "buffet", permitimos que elas façam escolhas, avaliem a quantidade de alimentos, descubram suas preferências, expressem seus desejos e repitam a comida conforme necessitarem.
As professoras têm um papel fundamental! São elas que acompanham as crianças, incentivam bons hábitos alimentares, suscitam a curiosidade ao conversarem sobre os alimentos, apoiam as crianças que precisam de ajuda para se alimentarem ou atendem individualmente aos bebês que necessitam de um acompanhamento próximo.
Acreditamos que valorizar a linguagem da comida também significa difundir essa perspectiva por toda a escola. Hortas, composteiras, separação do lixo e jardins aromáticos garantem a complexidade desta linguagem. Os alimentos também podem ser objetos de pesquisa em microambientes e contextos investigativos!
Entre sabores, aromas, afetos e pesquisas, a linguagem da comida tem a sua própria gramática e símbolos. Compete a nós, adultos, garantir que as crianças possam se alfabetizar nessa linguagem!
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